A intensidade e duração do sofrimento dependem da ação transformadora de cada um. Não existe nada mais produtivo do que a ação terapêutica do intelecto humano, influenciando o modo de pensar e agir para sentir as sensações decorrentes das relações que estabelecemos conosco mesmo, com os outros e com o mundo.
Do nascimento à morte, a vida está repleta de dor, mas o sentido que damos a essa dor só depende de nós. Se a encararmos de forma trágica, ela se transformará em sofrimento.
Observação: não existe sofrimento maior do que a perda das pessoas que amamos e, elaborar este luto sempre será com muito sofrimento (nada e ninguém o substitui), principalmente quando esse bem maior é o próprio filho, subvertendo a ordem cronológica natural – as pessoas mais velhas devem morrer antes.
Uma coisa é o que acontece no “exterior” e outra é o que acontece no “interior” de cada pessoa e nem tudo tem explicação lógica.
Aquele que tem medo de enfrentar as dores do cotidiano, a receberá, sempre, como uma maldição e ira dos deuses. Fica mais difícil superar este momento tenebroso e aparentemente injusto.
Mais tranquilas são as pessoas que procuram lidar com os transtornos da vida, para aprender com a dor e tentar extrair dela um benefício em forma de conhecimento. Sabendo que não será nada fácil, mas será sempre transformador, fica menos difícil suportar a dor, minimizando os efeitos deletérios do sofrimento.
Quem estamos nos tornando com esse sofrimento?
Até nos momentos mais duros da vida, como quando sofremos uma terrível perda, podemos entender como a necessidade de nos encaminharmos para uma direção - antes não pensada - de algo que poderá ser bom conhecer.
Se estivermos conscientes de que o fim de uma situação, pode representar depois de um tempo - para elaboração da perda - outro começo, poderemos transformar a dor e o sofrimento numa escola que pode nos possibilitar entender mais profundamente o que pode significar o ser humano e sua capacidade de superação; tornando-nos outra pessoa.
Antes mesmo de desejar ser feliz, o que queremos é não sofrer. E, sofrem menos aqueles que conseguem conferir um sentido para a própria vida, até nos momentos que nos parecem insuportáveis.
Quem disse que a vida é fácil, nos enganou. Seria melhor que nos ensinasse a viver, superando os sofrimentos que a vida nos oferece naturalmente. Mas, com todas as dores e sofrimentos, viver é simplesmente fantástico, obrigando-nos a nos inventarmos constantemente.
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"Rosana"