Se depois nos comunicarmos por carta ou telefone e nos lembrarmos da despedida, não estaremos falando da mesma coisa, mesmo que imaginemos que sim.
A minha lembrança e a sua serão diferentes, isso quando não forem exatamente opostas.
Você se lembra de um homem que se afasta em um trem e que acena da janela.
Mas eu me lembro de um homem imóvel em uma plataforma e de que ele ficava cada vez menor.
É a única coisa que podemos compartilhar: a sensação do outro ficando menor.
Trata-se de algo que encontra eco em nossas emoções. Quando nos distanciamos fisicamente de alguém, sua presença no inconsciente se reduz progressivamente.
Talvez, nesse sentido, o que acontece no nível óptico seja mera preparação para o que acontecerá na mente.
Mas voltemos ao início: a experiência nunca pode ser compartilhada.
Ela é servida sempre em frascos individuais.
muito bom o texto!!!!! beijos
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